SETA - SEMINÁRIO EVANGÉLICO TEOLÓGICO DA AMEOVALE
MÓDULO: HISTÓRIA ECLESIÁSTICA I
Prof.: Pr. Gerson Moura Martins – (24) 9992-8997
AULA 1: AS SETE IGREJAS DO
APOCALIPSE
A linha
doutrinária dispensacionalista entende que as sete Igrejas do Apocalipse, objeto
das sete cartas, devem ser entendidas como sete eras da Igreja. Assim, estas
são as orientações da Jesus à sua Igreja em todos os tempos, em todos os
lugares.
Éfeso
(desejável) - Período de Cristo até o ano 100 (Apocalipse 2:1-7)
Era da Pureza
Apostólica. Numa só geração foi o evangelho levado a toda nação debaixo do Céu.
Pouco a pouco, ocorreu, porém, uma mudança. A Igreja perdeu seu primeiro amor.
Ela tornou-se egoísta e amante da comodidade. Foi acalentando o espírito de
mundanismo. O inimigo lançou o seu fascínio sobre aqueles a quem Deus dera luz
para um mundo em trevas.
Esmirna
(perfume suave) – Período de 100 a 313 d.C. (Apocalipse 2:7-11)
Era de
Perseguição e Martírio. Uma atroz perseguição cumpriu essa predição. Iniciado
por Dioclesiano(período de dez anos) em 303, os ataques aos cristãos
continuaram até o cristianismo ser reconhecido como religião legal do Império
pelo famoso Edito de Milão, promulgado por Constantino em 313.
Pérgamo
(elevação) - Período de 313-538 (Apocalipse 2:12-17)
Era dos
Compromissos (com o Estado). Esse paganismo na igreja foi tirando sua força
espiritual. A “Espada do Espírito” torna-se espada de punição para os que
rejeitam o amor de Cristo, deturpam a verdade e se opõem a Seu povo.
Tiatira (sacrifício de contrição) - Período de 538-1517 (Apocalipse 2:18-29)
Era da
Apostasia. Representa o período da história da Igreja em que a fé simples foi
mudada por meio da apostasia, ou sacrificada, sendo substituída por obras e
penitências.
Sardes
(cântico de alegria) - Período de 1517-1798 (Apocalipse 3:1-6)
Era da Reforma.
Os que lideraram a Reforma eram homens de vigorosa consagração, mas seus
seguidores, supondo que todas as batalhas já haviam sido ganhas, acomodaram-se
em religião organizada.
Filadélfia
(amor fraternal) - Período de 1798-1844 (Apocalipse 3:7-13)
Era do
Reavivamento. Representa a última parte do século XVIII e a primeira do século
XIX, com o nascimento da expansão missionária e a organização das Sociedades
Bíblicas. Começa a estudar-se Daniel e Apocalipse e surgem os maiores
reavivamentos da História.
Laodicéia (povo do juízo) - Período de 1844 até hoje (Apocalipse 3:14-22)
A Era Presente. Convite e promessa: Eis que estou à
porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua
casa, e com ele cearei, e ele comigo.Ao que vencer, eu lhe concederei que se
assente comigo no meu trono.
AULA
2: O PERÍODO INTERBÍBLICO
Esse
período teve a duração de aproximadamente 450 anos. Normalmente se faz
referência a esse tempo como uma época em que Deus esteve em silêncio para com
o seu povo. Nenhum profeta de Deus se manifestou ou, pelo menos, nenhum deixou
escritos que tenham sido considerados canônicos.
O Império
Persa - Final do AT
O Velho
Testamento termina com as palavras de Malaquias, o qual profetizou entre 450 e
425 a.C.. Nesse tempo, a Palestina estava sob o domínio do Império Persa, o
qual se estendeu até o ano 331 a.C.. Embora o rei Ciro tenha autorizado os
judeus a retornarem do exílio, o domínio Persa continuava sobre eles. De volta
à Palestina, o povo judeu passou a ter um governo local exercido pelos sumo
sacerdotes, embora não houvesse independência política. Eram comuns as disputas
pelo poder.
O Império
Grego - 335 a 323 a.C.
Paralelamente
ao Império Persa, crescia o poder de um rei macedônico, Felipe, o qual
empreendeu diversas conquistas na Ásia menor e ilhas do mar Egeu, anexando a
Grécia ao seu domínio. Desejando expandir seu território, entrou em confronto
com a Pérsia, o que lhe custou a vida. Foi sucedido por seu filho, Alexandre
Magno, que também ficou conhecido como Alexandre, o Grande, o qual havia
estudado com Aristóteles. A mitologia grega, com seus deuses e heróis parece
ter inspirado o novo conquistador. Alexandre tinha 20 anos quando começou a
governar. Seu ímpeto imperialista lhe levou a conquistar a Síria, a Palestina
(332 a.C.) e o Egito. No Egito, Alexandre construiu uma cidade em sua própria
homenagem, dando-lhe o nome de Alexandria, a qual se encontrava em local
estratégico para o comércio entre o Mediterrâneo, a Índia e o extremo Oriente.
Alexandre se denominou então "Rei da Ásia" e passou a exigir para si
o culto dos seus subordinados, de conformidade com as práticas babilônicas.
Quanto aos judeus, Alexandre os tratou bem e teve muitos deles em seu exército.
Após a sua morte, o Império Grego foi divido entre os seus generais, dentre os
quais nos interessam Ptolomeu, a quem coube o governo do Egito, e Seleuco, que
passou a governar a Síria.
O Governo
dos Ptolomeus - 323 a 204 a.C.
A Palestina
ficou sob o domínio do Egito. Os descendentes de Ptolomeu foram chamados
Ptolomeus. Eis os nomes que se sucederam enquanto a Palestina esteve sob o seu
governo:
>
Ptolomeu I (Sóter) - 323 a 285 a.C.
>
Ptolomeu II (Filadelfo) - 285 a 246 a.C. – Durante o seu governo foi elaborada,
em Alexandria, a Septuaginta, tradução do Antigo Testamento para o grego.
Filadelfo foi amável com os judeus.
>
Ptolomeu III (Evergetes) – 246 a 221 a.C.
>
Ptolomeu IV (Filópater) - 221 a 203 a.C.
O Governo
dos Selêucidas - 204 a 166 a.C.
Os reis da
Síria, descendentes do general Seleuco, foram chamados Selêucidas. Nesse
período a Palestina esteve sob o domínio da Síria. Eis a relação dos selêucidas
do período:
>
Antíoco III - O Grande – 223 a 187 a.C.
>
Seleuco IV (Filópater) – 187 a 175 a.C.
>
Antíoco IV (Epifânio) - 175 a 163 a.C.
Em Israel,
o governo local era exercido por Onias, o sumo sacerdote. Contudo, Epifânio
comercializou o cargo sacerdotal, vendendo-o a Jasão por 360 talentos. Epifânio
se esforçou para impor a cultura e a religião grega em Israel, atraindo sobre
si a inimizade dos judeus. Tendo ido ao Egito, divulgou-se o boato da morte de
Epifânio, motivo pelo qual os judeus realizaram uma grande festa. Ao tomar
conhecimento do fato, o rei da Síria promoveu um grande massacre, matando 40
mil judeus.
O Governo
dos Macabeus - 167 a 37 a.C.
Surge no
cenário judaico uma importante família da tribo de Levi: os Macabeus. Em 167, o
macabeu Matatias se recusa a oferecer sacrifício a Zeus. Outro homem se
ofereceu para sacrificar, mas foi morto por Matatias, o qual organiza um grupo
de judeus para oferecer resistência contra os selêucidas. Tal movimento ficou
conhecido como a Revolta dos Macabeus. A Palestina continuou sob o domínio da
Síria. Contudo, a Judéia voltou a possuir um governo local, exercido pelos
Macabeus. Ainda não se tratava de independência, mas já havia alguma autonomia.
O Império
Romano – 37 a.C. e todo o período do Novo Testamento.
Sendo
nomeado por Roma como rei da Judéia, Herodes passou a governar um grande território.
Contudo, sua insegurança e medo de perder o poder o levaram a matar Aristóbulo,
irmão de Mariana, por afogamento. Depois, matou a própria esposa e estrangulou
os filhos. A violência de Herodes provocou a revolta dos judeus. Para
apaziguá-los, o rei iniciou uma série de obras públicas, entre as quais a
construção (reforma) do templo, que passou a ser conhecido como Templo de
Herodes.
No tempo do
nascimento de Cristo, o Imperador era Augusto, o qual instituiu o culto a si
mesmo por parte dos seus súditos. Em algumas regiões havia a figura do rei.
Naquele mesmo período o rei da Palestina era Herodes. Esta região teve sua
divisão política alterada diversas vezes, sendo até governada por mais de um
rei em determinados momentos. Além do rei, havia em algumas épocas e lugares a
figura do procurador, ou governador.
Na
província da Judéia havia uma instituição local chamada Sinédrio, o qual era
formado por 71 membros e presidido pelo sumo sacerdote. O Sinédrio era o
supremo tribunal local e tinha poderes para julgar questões civis e religiosas,
uma vez que as duas coisas eram tratadas pela mesma lei. Tais autoridades
tinham até mesmo a prerrogativa de aplicar a pena de morte contra crimes
cometidos na comunidade local. A polícia recebia ordens do Sinédrio.
Havia ainda
outro tipo de província. Eram aquelas conquistadas há mais tempo e já
pacificadas. Os habitantes desses lugares tinham cidadania romana. Era o caso
do apóstolo Paulo, que nasceu em Tarso, e tinha o direito de ser considerado
cidadão romano. Tal prerrogativa proporcionava diversos direitos,
principalmente tratamento respeitoso e especial nas questões jurídicas. Um
cidadão romano não podia, por exemplo, ser açoitado. Paulo foi submetido a
açoites, mas seus algozes ficaram atemorizados quando souberam que tinham
espancado um cidadão romano (Atos 16.37-38). Com base no mesmo direito, Paulo
apelou para César quando quis se defender das acusações que lhe eram feitas
(Atos 25.10-12).
Imperadores
Romanos no Período do Novo Testamento
>
César Augusto Otaviano - ano 27 a.C. a 14 d.C. - Nascimento de Jesus
- Início do culto ao Imperador. (Lc.2.1)
>
Tibério Júlio César Augusto - 14 a 27 - Ministério e Morte de Jesus.
(Lc.3.1).
> Gaio
Júlio César Germânico Calígula - 37 a 41 - Quis sua estátua no templo
em Jerusalém. Morreu antes que sua ordem fosse cumprida.
>
Tibério Cláudio César Augusto Germânico - 41 a 54 - Expulsou os
judeus de Roma. (At.18.2).
>
Nero Cláudio César Augusto Germânico - 54 a 68 - Começa perseguição de
Roma contra os cristãos. Paulo e Pedro morrem (At. 25.10; 28.19).
>
Sérvio Galba César Augusto 68 - Cerco a Jerusalém.
>
Marcos Oto César Augusto - 69 – mantém o cerco a Jerusalém.
>
Aulus Vitélio Germânico Augusto - 69 - mantém o cerco a Jerusalém.
>
César Vespasiano Augusto - 69 a 79 – Tinha sido general de Nero.
Coloca seu filho Tito como general. No ano 70, determina a destruição de
Jerusalém.
>
Tito César Vespasiano Augusto - 79-81.
>
César Domiciano Augusto Germânico - 81 a 96 - Exigia ser chamado
Senhor e Deus. Grande perseguição. O apóstolo João ainda vivia durante o
governo de Domiciano.
AULA
3: O AMBIENTE DO NASCIMENTO DO CRISTIANISMO
O
Cristianismo nasceu na pequena Palestina, então sob o jugo romano; ela estava
dividida em províncias que a grosso modo, eram: Judéia, ao sul; Samaria, no
centro; e Galiléia ao norte. A cidade principal de toda essa região era
Jerusalém; e em 63 a.c. ela foi subjugada por Pompeu, general romano. E a
região chamada Palestina foi conquistada pelos romanos em 64 a.C.
Segundo o
Evangelho de Mateus e o de Lucas, Jesus nasceu em Belém, uma cidadezinha cerca
de 08 quilômetros ao sul de Jerusalém; ela é chamada Belém da Judéia (ou Belém
de Judá), porque há uma outra Belém, chamada Belém de Zabulon, mencionada em
Josué 19:16, cerca de 11 km a noroeste de Nazaré, na Galiléia, e é identificada
com a atual Beith Lahm; e é a mesma Belém do juiz Abesã (ou Ibsã) que julgou
Israel sete anos, mencionada em Juízes 12:8-10. Belém de Judá é a terra da Casa
de Davi ( 1 Samuel16:4 segs; na Bíblia Católica é 1 Reis); em Miquéias, em 5:1,
ela é glorificada como a terra da origem da dinastia de Davi e, portanto, do
descendente de Davi que reinará sobre Israel.
A Diáspora
Nos dias do
Novo Testamento, a população judaica encontrava-se dispersa por vários lugares.
Além da própria Palestina, havia inúmeros judeus em Roma, Egito, Ásia Menor,
etc. (Atos 2.9-11; Tiago 1.1; I Pedro 1.1). Tal dispersão, que recebe o nome
de Diáspora, tem razões diversas, começando pelos exílios para a Assíria e
Babilônia, e se completando por interesses comerciais dos judeus, e até mesmo
em função das dificuldades que se verificavam em sua terra natal. Esse quadro
se apresenta como cumprimento claro dos avisos divinos acerca da dispersão que
viria como conseqüência do pecado de Israel (Dt.28.64).
Assim, o
judaísmo acabou se dividindo em função da distribuição geográfica. Havia o
judaísmo de Jerusalém, mais ligado à ortodoxia, e o judaísmo da Diáspora, ou
seja, praticado pelos judeus residentes fora da Palestina. Se até na Palestina,
os costumes gregos se impunham, muito mais isso ocorria na vida dos judeus em
outras regiões. Isto fez com que eles se preocupassem com o futuro de suas
tradições e sua religião. Tomaram então providências para que o judaísmo não
sucumbisse diante do helenismo, como a tradução do Velho Testamento do hebraico
para o grego, chamada Septuaginta.
Para muitos
judeus conservadores, o judaísmo era propriedade nacional e não devia ser
propagado entre outros povos. Já os judeus da Diáspora se dedicaram a
conquistar gentios para a religião judaica. Tal fenômeno recebe o nome de
proselitismo. Os novos convertidos eram chamados prosélitos (Mateus 23.15 Atos
2.9-11; 6.5; 13.43). Essa prática difusora da religião também foi adotada por
judeus de Jerusalém, mas em escala bem menor.
As
Sinagogas
O
surgimento das sinagogas é normalmente atribuído ao período do exílio
babilônico, quando os judeus deixaram de ter um templo para adorar e
sacrificar. O fato indiscutível é que nos dias do Novo Testamento, tais locais
de oração, ensino e administração civil eram muito valorizados. Em qualquer
localidade onde houvesse 10 judeus, podia ser aberta uma sinagoga. Em cidades
grandes poderia haver várias, como era o caso de Jerusalém. A liderança da
sinagora era exercida pelo rabi (mestre), o qual era eleito pelos membros
daquela comunidade.
Quando,
seguindo-se à conquista de Alexandre, o helenismo mudou a mentalidade do
Oriente Médio, alguns judeus se apegaram ainda mais tenazmente do que antes à
fé de seus pais, ao passo que outros se dispuseram a adaptar seu pensamento às
novas idéias que emanavam da Grécia. Por fim, o choque entre o helenismo e o
judaísmo deu origem a diversas seitas judaicas:
Os Fariseus
Os fariseus
eram os descendentes espirituais dos judeus piedosos que haviam lutado contra
os helenistas no tempo dos Macabeus. O nome fariseu, “separatista”, foi
provavelmente dado a eles por seu inimigos, para indicar que eram
não-conformistas. Pode, todavia, ter sido usado com escárnio porque sua
severidade os separava de seus compatriotas judeus, tanto quanto de seus
vizinhos pagãos. A lealdade à verdade às vezes produz orgulho e ate mesmo
hipocrisia, e foram essas perversões do antigo ideal farisaico que Jesus
denunciou. Paulo se considerava um membro deste grupo ortodoxo do judaísmo de sua
época. (Fp 3.5).
Saduceus
O partido
dos saduceus, provavelmente denominado assim por causa de Zadoque, o sumo
sacerdote escolhido por Salomão (1Rs 2.35), negava autoridade à tradição e
olhava com suspeita para qualquer revelação posterior à Lei de Moisés. Eles
negavam a doutrina da ressurreição, e não criam na existência de anjos ou
espíritos (At 23.3). Eram, em sua maioria, gente de posses e posição, e
cooperavam de bom grado com os helenistas da época. Ao tempo do N.T.
controlavam o sacerdócio e o ritual do templo. A sinagoga, por outro lado, era
a cidadela dos fariseus.
Essênios
O essenismo
foi uma reação ascética ao externalismo dos fariseus e ao mudanismo dos
saudceus. Os essênios se retiravam da sociedade e viviam em ascetismo e
celibato. Davam atenção à leitura e estudo das Escrsturas, à oração e às
lavagens cerimoniais. Suas posses eram comuns e eram conhecidos por sua
laboriosidade e piedade. Tanto a guerra quanto a escravidão era contrárias a
seus princípios.
O mosteiro em Qumran, próximo às cavernas em que os Manuscrito do Mar Morto
foram encontrados, é considerado por muitos estudiosos como um centro essênio
de estudo no deserto da Judéia. Os rolos indicam que os membros da comunidade
haviam abandonado as influências corruptas das cidades judaicas para
prepararem, no deserto, “o caminho do Senhor”. Tinham fé no Messias que viria e
consideravam-se o verdadeiro Israel para quem Ele viria.
Escribas
Os escribas
não eram, estritamente falando, uma seita, mas sim, membros de uma profissão.
Eram, em primeiro lugar, copista da Lei. Vieram a ser considerados autoridades
quanto às Escrituras, e por isso exerciam uma função de ensino. Sua linha de
pensamento era semelhante à dos fariseus, com os quais aparecem freqüentemente
associados no N.T.
Herodianos
Os
herodianos criam que os melhores interesses do judaísmo estavam na cooperação
com os romanos. Seu nome foi tirado de Herodes, o Grande, que procurou
romanizar a Palestina em sua época. Os herodianos eram mais um partido político
que uma seita religiosa.
AULA
4: EXPANSÃO DO CRISTIANISMO APOSTÓLICO
A difusão
do Cristianismo inicia-se no seio da comunidade judaica de Jerusalém. A seguir,
devido a perseguição à Igreja movida por Saulo, e a morte do primeiro mártir,
Estevão (At 7.54-60, 8.1-3).
De perseguidor,
Paulo torna-se seguidor e grande difusor, e através dele a mensagem do
Evangelho ganha projeção mundial, não só geograficamente pelo seu trabalho
missionário, mas também culturalmente pela sua exposição da mensagem cristã
dentro dos conceitos gregos. Seu vigoroso pensamento formado por elementos
tanto judeus quanto não judeus, possibilitou ao Espírito Santo fazer de suas
cartas uma boa nova para toda a humanidade. “... a palavra da verdade do
evangelho, que já chegou até vós, como também está em todo o mundo e já vai
frutificando..." (Col 1.5b,6a).
O Cristianismo conquista os judeus dispersos por todo o Império Romano,
ganhando as províncias orientais - o Egito, a Ásia Menor e a Grécia.
Convertendo os judeus de Alexandria, Éfeso, Antióquia, Corinto e outros centros
lança as primeiras bases para se fazer ouvir pelos pagãos.
Próximo ao ano de 90 d.C. morria João, o último dos doze apóstolos. Mas o
alicerce estava lançado. Roma, o mundo e a História, jamais seriam os mesmos. A
pequena semente de mostarda começava a brotar e crescer, para dar alívio e cura
a um mundo mergulhado na idolatria, na violência, no homossexualismo, no
infanticídio, na vazia especulação filosófica, no negro ocultismo.
"Enquanto o grande corpo (do Império Romano) foi invadido pela violência
aberta, ou solapado pela lenta decadência, uma religião humilde e pura,
gentilmente insinuou-se para dentro da mente dos homens, cresceu em silêncio e
obscuridade, recebeu novo vigor da oposição, e finalmente erigiu a triunfante
bandeira da cruz, sobre as ruínas do Capitólio”.
O Sangue dos Cristãos Também é Semente
Não tardaria e este grupo de pessoas entraria em conflito cada vez maior com o
sistema existente. Sua vida pura, sua fé incomum, seu zelo, perturbaram o
paganismo. Acusações de todos os tipos eram lançadas sobre os cristãos. Quando
no ano de 68 d.C. Roma foi incendiada, provavelmente pelo próprio Imperador
Nero, que para desviar a culpa de si, lançou-a sobre os cristãos, iniciando uma
onda de perseguição e morte sobre a Igreja de Roma. “Em primeiro lugar
prenderam os que se confessavam cristãos, e depois pelas denuncias destes, uma
multidão inumerável, os quais todos não tanto foram convencidos de haverem tido
parte no incêndio, mas de serem inimigos do gênero humano. O suplício destes
miseráveis foi ainda acompanhado de insultos, porque ou os cobriam com peles de
animais ferozes para serem devorados pelos cães, ou foram crucificados, ou os
queimaram de noite para servirem como de archotes e tochas ao público. Nero
ofereceu seus jardins para este espetáculo...”.
Isto seria apenas o início de uma longa série várias perseguições, em sua
maioria promovidas pelo estado no intuito de apagar a chama que se acendera no
Pentecoste. Domiciano, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio, Décio.
Todos eles tiveram, na destruição da Igreja Cristã, parte de sua política. Os
cristãos foram queimados, crucificados, decapitados, lançados às feras do
Coliseu. Mas como no Egito, "quanto mais os afligiam... tanto mais se
multiplicavam e se espalhavam" (Ex 1.12).
Apesar de submetido a duras perseguições, por parte dos romanos e dos judeus, o
Cristianismo adquire, no decorrer dos séc. II e III, grande força política que
se consolida no governo de Constantino (306-337), primeiro imperador cristão.
Em Antióquia, pela primeira vez, os discípulos foram chamados cristãos (At 11,
26), designação que os próprios seguidores de Cristo só começam a aplicar a si
mesmos por volta do séc. II.
O número de mártires crescia à medida em que as conversões aumentavam e o
império se sentia contestado. Inicialmente considerado pelos romanos como um
simples ramo do judaísmo (At 18,14-16), o cristianismo foi aos poucos
suscitando a hostilidade dos judeus e cresceu o bastante para assinalar
diferenças e evocar toda sorte de perseguições. Surgiram então os Atos dos
mártires, documentos que narravam os padecimentos e morte dos cristãos
condenados e que se destinavam à leitura nas comemorações anuais em sua honra,
como ato de culto público. Tomavam como base as informações oficiais dos
julgamentos e os testemunhos pessoais. Entre os Atos conhecem-se o Martírio de
Policarpo (115), Atos de Justino e seus companheiros (163-167) etc.
A expansão da Igreja, no entanto, continua intensiva. No ano 200, o rei Abgaro,
de Edessa (Mesopotâmia), converte-se ao cristianismo. Na Grécia, sem contar
Tessalonica e Corinto, os progressos não eram grandes. No Egito penetra entre a
população nativa. Na medida em que a nova crença vai se difundindo,
implantam-se as primeiras comunidades cristãs, fora dos limites da Palestina,
passando a ação apostólica a se dedicar à conversão dos gentios. O desenrolar
desses acontecimentos acha-se registrado nas epístolas de Paulo, dirigidas a
núcleos estabelecidos em diferentes regiões do Império Romano. A coríntios,
tessalonicences, gálatas, efésios, filipenses, romanos e colossences, envia o
apóstolo suas mensagens, confortando-os e aconselhando-os como agir de acordo
com os desígnios cristãos.
A seguir, o Cristianismo começa a difundir-se no Oriente, durante o séc. I.
Antióquia, na Síria, transforma-se em centro de irradiação do trabalho
missionário, que se estende até a Ásia Menor. Os êxitos das igrejas do oriente
foram excelentes. O monacato e o ascetismo deram à Igreja egípcia (copta) um
enorme fervor missionário que os levou à Etiópia e aos reinos núbios. A Igreja
nestoriana, entre os séculos VII e XI, alcançou o tamanho e a influência de
qualquer outra igreja cristã da sua época: no ano 1000 havia cerca de 25
províncias metropolitanas e uns 250 bispados que abrangiam territórios na
Síria, China, Arábia, etc.
Tiatira (sacrifício de contrição) - Período de 538-1517 (Apocalipse 2:18-29)
Laodicéia (povo do juízo) - Período de 1844 até hoje (Apocalipse 3:14-22)
O mosteiro em Qumran, próximo às cavernas em que os Manuscrito do Mar Morto foram encontrados, é considerado por muitos estudiosos como um centro essênio de estudo no deserto da Judéia. Os rolos indicam que os membros da comunidade haviam abandonado as influências corruptas das cidades judaicas para prepararem, no deserto, “o caminho do Senhor”. Tinham fé no Messias que viria e consideravam-se o verdadeiro Israel para quem Ele viria.
O Cristianismo conquista os judeus dispersos por todo o Império Romano, ganhando as províncias orientais - o Egito, a Ásia Menor e a Grécia. Convertendo os judeus de Alexandria, Éfeso, Antióquia, Corinto e outros centros lança as primeiras bases para se fazer ouvir pelos pagãos.
Próximo ao ano de 90 d.C. morria João, o último dos doze apóstolos. Mas o alicerce estava lançado. Roma, o mundo e a História, jamais seriam os mesmos. A pequena semente de mostarda começava a brotar e crescer, para dar alívio e cura a um mundo mergulhado na idolatria, na violência, no homossexualismo, no infanticídio, na vazia especulação filosófica, no negro ocultismo. "Enquanto o grande corpo (do Império Romano) foi invadido pela violência aberta, ou solapado pela lenta decadência, uma religião humilde e pura, gentilmente insinuou-se para dentro da mente dos homens, cresceu em silêncio e obscuridade, recebeu novo vigor da oposição, e finalmente erigiu a triunfante bandeira da cruz, sobre as ruínas do Capitólio”.
O Sangue dos Cristãos Também é Semente
Não tardaria e este grupo de pessoas entraria em conflito cada vez maior com o sistema existente. Sua vida pura, sua fé incomum, seu zelo, perturbaram o paganismo. Acusações de todos os tipos eram lançadas sobre os cristãos. Quando no ano de 68 d.C. Roma foi incendiada, provavelmente pelo próprio Imperador Nero, que para desviar a culpa de si, lançou-a sobre os cristãos, iniciando uma onda de perseguição e morte sobre a Igreja de Roma. “Em primeiro lugar prenderam os que se confessavam cristãos, e depois pelas denuncias destes, uma multidão inumerável, os quais todos não tanto foram convencidos de haverem tido parte no incêndio, mas de serem inimigos do gênero humano. O suplício destes miseráveis foi ainda acompanhado de insultos, porque ou os cobriam com peles de animais ferozes para serem devorados pelos cães, ou foram crucificados, ou os queimaram de noite para servirem como de archotes e tochas ao público. Nero ofereceu seus jardins para este espetáculo...”.
Isto seria apenas o início de uma longa série várias perseguições, em sua maioria promovidas pelo estado no intuito de apagar a chama que se acendera no Pentecoste. Domiciano, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio, Décio. Todos eles tiveram, na destruição da Igreja Cristã, parte de sua política. Os cristãos foram queimados, crucificados, decapitados, lançados às feras do Coliseu. Mas como no Egito, "quanto mais os afligiam... tanto mais se multiplicavam e se espalhavam" (Ex 1.12).
Apesar de submetido a duras perseguições, por parte dos romanos e dos judeus, o Cristianismo adquire, no decorrer dos séc. II e III, grande força política que se consolida no governo de Constantino (306-337), primeiro imperador cristão. Em Antióquia, pela primeira vez, os discípulos foram chamados cristãos (At 11, 26), designação que os próprios seguidores de Cristo só começam a aplicar a si mesmos por volta do séc. II.
O número de mártires crescia à medida em que as conversões aumentavam e o império se sentia contestado. Inicialmente considerado pelos romanos como um simples ramo do judaísmo (At 18,14-16), o cristianismo foi aos poucos suscitando a hostilidade dos judeus e cresceu o bastante para assinalar diferenças e evocar toda sorte de perseguições. Surgiram então os Atos dos mártires, documentos que narravam os padecimentos e morte dos cristãos condenados e que se destinavam à leitura nas comemorações anuais em sua honra, como ato de culto público. Tomavam como base as informações oficiais dos julgamentos e os testemunhos pessoais. Entre os Atos conhecem-se o Martírio de Policarpo (115), Atos de Justino e seus companheiros (163-167) etc.
A expansão da Igreja, no entanto, continua intensiva. No ano 200, o rei Abgaro, de Edessa (Mesopotâmia), converte-se ao cristianismo. Na Grécia, sem contar Tessalonica e Corinto, os progressos não eram grandes. No Egito penetra entre a população nativa. Na medida em que a nova crença vai se difundindo, implantam-se as primeiras comunidades cristãs, fora dos limites da Palestina, passando a ação apostólica a se dedicar à conversão dos gentios. O desenrolar desses acontecimentos acha-se registrado nas epístolas de Paulo, dirigidas a núcleos estabelecidos em diferentes regiões do Império Romano. A coríntios, tessalonicences, gálatas, efésios, filipenses, romanos e colossences, envia o apóstolo suas mensagens, confortando-os e aconselhando-os como agir de acordo com os desígnios cristãos.
A seguir, o Cristianismo começa a difundir-se no Oriente, durante o séc. I. Antióquia, na Síria, transforma-se em centro de irradiação do trabalho missionário, que se estende até a Ásia Menor. Os êxitos das igrejas do oriente foram excelentes. O monacato e o ascetismo deram à Igreja egípcia (copta) um enorme fervor missionário que os levou à Etiópia e aos reinos núbios. A Igreja nestoriana, entre os séculos VII e XI, alcançou o tamanho e a influência de qualquer outra igreja cristã da sua época: no ano 1000 havia cerca de 25 províncias metropolitanas e uns 250 bispados que abrangiam territórios na Síria, China, Arábia, etc.